Overblog
Editer l'article Suivre ce blog Administration + Créer mon blog

Recherche

11 juin 2007 1 11 /06 /juin /2007 10:51
Wizany: um bem patrimónial na História Contemporânea Angolana
 
Patrício Batsîkama
Da oferta
Durante a realização da segunda Gala da Revista Africa Tody, António Tomas Ana «Etona» ofereceu uma das suas esculturas intitulada WIZANI, ao Chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos a figura principal do evento, uma escultura monumental (já que ultrapassa 150cm de altura) que se traduz por «Unidade Nacional», «Reencontro Nacional» e «Reconciliação Nacional». Pelos menos assim os historiadores já têm os «restos históricos» que vão auxiliar suas escritas (teses). Porquê o Chefe do Estado? Simplesmente porque, tal como testemunha a morfo-lógica da peça, é o arquitecto da Paz... Mas também é naturalmente o símbolo da «Unidade Nacional».
 
Revisão linguística...
O autor terá dado o título de «Ngwizani» que na sua língua significaria «Unidade, Reencontro e Reconciliação Nacional». Com um teor humilde mas linguisticamente correcto, o Presidente da República rectificou o título por Wizany. De facto, Ngwizani é dialectal: gu-wizana é outra forma de ku-wizana. O sufixo ku ou seja dialectalmente gu indica o infinitivo. O nazalisante n pode ser a primeira pessoa do singular: eu (ou plural: nós em outras idiomas kikôngo). WIZANI deriva de wîza que significa vir, originar de, etc. e do sufixo na que indica várias provinências quer na sua natureza, essência assim como na sua objectividade e materialização. E como se pode notar na obra, trata-se da unidade dos Angolanos em todos aspectos para um desafio chamado «harmonia não somente entre as pessoas de diferentes grupos etno-linguísticos, igrejas, partidos políticos, etc. mas também harmonia com ambiente tal como podemos o remarcar através da presênça de frutas (mundo vegetal) e de bagre (mundo animal). E para manter o elenco artístico, propõe-se Wizany com y emvez de i. È tão normal para quem já alguma vez paladou música como seu ócio[1]..
 
Da estética... ao património.
Na parte inferior está o mais velho de todos, «com careca». A sua função é de suportar o peso todo do conjunto desses elementos de proviniência animal, vegetal e humana. WIZANY significa «Unidade Nacional», ou «Reconciliação Nacional» ou seja «Reencontro Nacional» na única condição de ser o resultado dos esforços de todos os Angolanos sob égide dum só arquítecto. Assim foi História... EEtona escreve-a escultoricamente, o que foi oficializada (essa história escultoricamente escrita) enquanto a sua exposição no Museu Nacional de História Natural com a presênça do Chefe da Casa Civil da Presidência na representação do Presidente da República, Vice-Ministro da Cultura para Investigação Científica: Virgilio Colho, o Escultor: António Tomas Ana «Etona» assim como a Director de tão prestigiosa revista Africa Today: Claudia.
 
Foi um acto inteligente, a doação dessa peça à nação. Primo, a escultura deixa de ser uma propriedade do Sr. José Eduardo dos Santos, passando assim a ser um património nacional, quer dizer «bem de todos angolanos». Logo, deve ser amada, beneficiada e protegida por todos Angolanos porque nos revejemos nela.
 
É prova de que a iniciativa do Alto Mandatário chama-nos a respeitar e à valorizar os artistas profissionais nacionais, os quais necessitam ser protegidos porque duma e outra maneira são produtores patrimoniais e ao mesmo tempo próprios patrimónios. Como também já o dissemos durante a nossa comunicação «Etonismo: prática e teoria», «é bom ensinar Da Vinci, Picasso, Gorki, etc. ao Angolano, mas ensinar Ole, Rui Matos, Masongi, Gumbe, etc. é ‘preservar o património angolano’». Majestuoso acto é do Presidente que, literalmente creio eu, é apenas o primeiro e que eventualmente haverá outros posteriores. É imperativo evidenciar os nossos valores, e Wizany é uma ponta-pé de saida tal como o dizem os Ingleses dizem «the first is Art, and the following Arts»: quer dizer o primeiro é arte, e a subsequente Artes: mesmo for de grande destaque, o resto não deixa de ser arte também.
 
O que encontramos no museu é sempre patrimonio, se não for duma nação, pelo menos duma família ou pessoa. E se pertence a uma pessoa o Estado deve comprá-la e fazer dela um património nacional. O caso de Wizâny é uma verdadeira ruptura: doravante Angola deve dispor de diplomas, tal como aliás o disse o Chefe de Estado no IIIº Simpósio da Cultura Nacional, para valorizar e cientifcar (classificar) seus «patrimónios vivos/mortos» falando da Arte: música, dança, teatro, artes visuais, escritores, etc.
 
Do património a Museologia...
Durante o seu discurso na abertura do IIIº Simpósio da Cultura Nacional, o Presidente da República anunciou abertura dum Museu (Nacional) de Arte Contemporânea. Desculpou-se de antes não ter dado atenção directa na Cultura por causa da segurança de todos nós: «... todos nós tivemos de assumir para defender a Pátria angolana das agresões externas e para manter a intregridade do nosso território dentro das fronteiras estabelecidas. Ao fazê-lo, estavamos afinal a realizar um acto da Cultura, pois protegiamos a matriz material na qual todas as manifestações culturais e artisticas se podem concretizar e expandir, garantindo ao mesmo tempo a sobrevivência física dos seus criadores e agentes». E prefiriu ser mais pragmático com essa doação que na verdade é sinal de que, o futuro museu (nacional) de arte contemporânea já terá começado a registar seu acervo museológico. De certeza absoluta que o MiniCult dará sequência à essa obra majestuosa que junto devemos cumprir: dignificar o país através dos seus valores artísticos existentes. E não só nas artes plásticas, sabendo que existe também «ícones desconhecidos» na dança, na música, na literatura, etc.
 
Angola tem pontências culturais de extremo valor. E pode estruturar a sua História de Arte. Isso levar-nos-á a padronizar os nossos ícones, aqueles cujo profissionalismo prestigia a nossa bandeira. E na matéria de Arte (antiga ou contemporânea), também podemos fazê-lo.
 
O Chefe do Estado começou um trabalho que se deve continuar. Actualmente por exemplo, as obras de vários pintores e escultores angolanos, assim como músicos, coreógrafos, teatrólogos, estão a ser exportadas «baratamente» para fora de Angola. Da mesma forma que hoje estão a ser reclamados os acervos museográficos angolanos que abundam os museus europeus e americanos através de ICOM/ICCROM (o que na verdade é um processo delicato para não dizer complicado para nós) se não tomarmos cuidado nesse aspecto, num futuro mais próximo, os nossos descendentes terão dificuldades duplicadas. Teremos deixado ser baratamente vendido e exportado Viteix, Rui Matos, Gonga, Van, etc. Por isso, o que é nosso ‘património’ deve zelosamente ser  ‘guardados’ e ‘preservado’ em Museus.
 
Quer com isso dizer, o MiniCult através do seu Instituto Nacional de Património Cultural tem doravante o dever de cientificamente estudar os «artistas professionais angolanos» para classificá-los ou seja valorizá-los. Já que está a ser previsto um museu específico. E quando estivermos esse museu em condições, regozijaremos dos artistas profissionais panteonizados, com cânones universais bem que, sempre foi inevitável, um cunho angolano. Assim por exemplo, se alquém estiver de levar para fora de Angola uma obra dum «Óle já classificado», não o fará sem respeitar as normas estabelecidas e orientação desse instituto cujo escopo é «salvaguardar e preservar o património cultural». Não só a obra será protegida, mas o utor também. Já temos o passo inaugural comWIZANY e esperemos por mais outros. É um trabalho dos especialistas em museologia e ciências ligadas a arte.
 
Um problema museológico
A classificação museologica implica duas essências principais, pelo menos para arte contemporânea: 1) ser produto dum estudo cientifico laborioso; 2) ter um algum valor que interessa o país ou a sua História (nacional) porque possuidor de informações que se precisa.
 
Outrossim, toda peça antes de ser exposta no museu deve ter 1) autor, 2) designação e a sua descrição; 3) e inerências e constantes justificáveis no meio onde é recolhido ou seja pelas necessidades ou instâncias sociais.
 
Wizany reune essas condições. Até porque que já existem estudos estéticos e filosóficos sobre a obra em geral do seu autor: António Tomas Ana «Etona»: etonismo, filosofia contra as exclusões. Mas acreditemos que em Angola, ainda existem alguns valores ainda poerados que é preciso limpar. O que é preciso é: recolha, estudo ou análise científica, e se for necessário classificar (objectivo de toda ciência) para depois termos uma peça reunindo todas condições de ser expota no Museu. Reconhecemos também que Angola está carente de especialistas para desenvolver a iniciativa, mas nada impede que reune condições e criar estratégias para logisticar um aval afim de possibilitar tais estudos. É uma questão de vontade política talvez... mas temos ai um pontapé de saida.
 
Finalmente, é necessário que haja sistematização entre os seguintes suportes: A) universidades, B) associações de arte; C) circuitos artísticos internacionais com hífen científico. É nesse triangulo equilateral que se baseia a «réussite». Chamemos isso «triangulo equilateral» porque a AB=BC=AC[2]. Teoricamente quer dizer que essa sistematizaçâo dependera do equilibrio funcional, da congruência nocional e paralelismo em todos campos entre a existência dos suportes acima referenciados. Parabens Angolanos.... Teoricamente quer dizer que essa sistematizaçâo dependera do equilibrio funcional, da congruência nocional e paralelismo em todos campos entre a existência dos acima referenciados. Parabens Angolanos...


[1]Ócio quer dizer descanço depois do trabalho, ou seja preguiça. É notável aqui uma metáfora. Nos maquis, os nossos indenpendistas não podiam ser moles ou preguiçosos. Razão pela qual se o maquisard José Eduardo dos Santos tinha música como ócio, significa que se tratava apenas da continuidade do seu trabalho. Desde Sócrates, a Múica é bastante laboriosa tanto como a arquitetura (incluida escultura monumental). Ainda hoje, a Música é um grande sacrifíco: aprender solfejo, dominar um instrumento e compreender a utilização dos outros, pautar, harmonia musical (matemática musical), etc.Como tem dito Beethoven, música «tira sono...trabalha-se mesmo dormindo»
[2] Pedimos as nossas sinceras desculpas por ter exprimido dessa forma: a través da lógica. Somos preso pela nossa formação.
Partager cet article
Repost0

commentaires

Articles RÉCents

Liens